O documentário foi elaborado em 2001, mas o assunto é bem atual. Curiosamente, foi concluído alguns meses antes da morte do geógrafo Milton Santos. Com seu olhar crítico e diferenciado, o intelectual baiano no apresenta diante de três diferentes mundos: o primeiro, é a globalização como deveria ser, ou seja, uma fábula; o segundo, é a globalização como realmente é, sendo uma perversidade; já o terceiro, finalmente, é a globalização no futuro, melhor dizendo, uma nova globalização.
O novo olhar dirigido sobre a globalização não traz como foco os países do Norte, mas continentes como a África e a América Latina. Alerta, principalmente, para o Estado do bem-estar social sendo substituído pelo consumo desenfreado, em que a globalização é apresentada como único caminho viável. A privatização da água potável, considerada por alguns como bem econômico, em vez de bem mundial a ser compartilhado em todas as comunidades, deixa um rastro de revolta popular. Além da privatização da água, a vinda de empresas multinacionais para países como a Argentina, "cobaia" do neoliberalismo, teve como consequência o desemprego e a falência de diversas indústrias nacionais.
Uma pesquisa realizada pela Northwestern University, nos Estados Unidos, aponta que pessoas consumistas tendem a ser mais depressivas, ansiosas e menos sociáveis. Entre os comportamentos apresentados diante de uma situação de compra, o comprador compulsivo é até mesmo comparado a um viciado em drogas. O consumismo, nesse caso, é utilizado para preencher um vazio, da necessidade de se sentir acompanhado por um objeto. A imposição de possuir um melhor carro, a melhor roupa, o melhor estilo de vida, impulsiona problemas como a depressão, já que esse desejo nunca é satisfeito e gera insatisfação ou depressão.
A depressão também está presente no tema tratado aqui no blog - o suicídio. Ambos podem ser tratados como fatos sociais, gerados não por causa biológica ou psicológicas, mas resultante do ambiente social em que estamos inseridos. Vivemos em uma época em que não prejudicamos não só o planeta e os recursos essenciais para a nossa sobrevivência, mas em que também prejudicamos a nós mesmos, gerando uma série de doenças que poderiam ser evitadas, caso houvesse um olhar mais consciente para o consumismo e suas consequências.
Autora: JOARA MATOS
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