sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Observação da Problemática "Sociedade Consumista" e o "Vazio" tratado por Milton Santos

O centro do mundo está em todo lugar. O mundo é o que se vê de onde se está. - Milton Santos


Apesar de ter se graduado em Direito, Milton destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970.

                    



Mas o que encontramos em seus estudos que se trata do tipo de individualidade destrutiva ao qual tratamos neste Blog? Milton certa vez citou, como mostra o Documentário "O mundo global visto do lado de cá", que o "consumismo é um fundamentalismo". Mas que tipo de fundamentalismo ele tratava?

O consumismo é típico das sociedades capitalistas e é estimulado pelas campanhas publicitárias vinculadas, principalmente na TV, cinema e meios de comunicação (revistas, jornais, rádios). Em alguns casos o consumismo pode se tornar uma doença (espécie de vício). Neste caso, a pessoa consumista só consegue obter prazer na vida ao comprar coisas. Em situações como esta, é necessário um tratamento profissional de um psicólogo.

                                 


Neste caso, o consumismo desenfreado é uma doença. Um dos sinais de desequilíbrio é o alto grau de irritação diante da impossibilidade de comprar e a impulsividade do ato. “São pessoas que compram sozinhas, optam por objetos repetidos, sem utilidade, e escondem as aquisições dos familiares”, afirma Tatiana Filomensky, coordenadora do grupo de atendimento dos compradores compulsivos no Hospital das Clínicas de São Paulo. “Eles saem para comprar um terno e voltam com uma televisão.”



                     


No filme "Clube da Luta" entendemos basicamente este tipo de conceito. Este filme polêmico, decorre sobre um jovem (Edward Norton), que como um indivíduo participante da sociedade consumista e repleta de regras, atinge o limite máximo que sua mente consegue suportar. Rodeia-se de produtos inúteis que tentam inutilmente preencher a sensação de vazio pessoal que lhe aflige. Quando começa a sentir sintomas físicos, como a insônia permanente, entende que só pode viver se estiver em contato com a verdadeira realidade do mundo.





A compulsão por compras costuma vir acompanhada de outros vícios, segundo pesquisa da Universidade da Carolina do Norte (EUA). “Há um parentesco entre as diversas formas de manifestação”, diz o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Por exemplo: um jovem que compra de forma impulsiva pode migrar para o alcoolismo ou vício em jogos na terceira idade. Grande parte dos endividados crônicos sofre de consumo compulsivo, mas há os que entram neste rol por incapacidade de gerir seu negócio ou sua conta bancária. O poder das instituições financeiras diante dos superendividados tem sido questionado pela Justiça. Em duas sentenças inéditas, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o banco Itaú por fornecer crédito consignado acima das possibilidades dos endividados crônicos. “Não se trata de fazer apologia à figura do mau pagador ou de instituir o calote público, mas de analisar a responsabilidade financeira pela má concessão de crédito em valor muito superior à capacidade de endividamento do cliente”, afirma o relator, o desembargador Marcos Torres. Segundo especialistas, os idosos são as maiores vítimas nesses casos.

É a faceta suja dos problemas modernos, como indicava Milton Santos.

                                          
                                

Autor: Everton Medrado.

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