“É impossível conhecer o homem sem lhe estudar a morte, porque, talvez mais do que na vida, é na morte que o homem se revela. É nas suas atitudes e crenças perante a morte que o homem exprime o que a vida tem de mais fundamental.” - Edgar Morin
A Morte é a eterna ligação perpétua que une os homens em um tipo de retenção de suas grandezas. Desde o início das eras, quando o homem se deu conta da sua existência, este tema foi tomado pela ciência, arte literatura, e áreas que embora divergissem sobre vários aspectos, se uniam na última charada que punha todos os homens em seu mesmo patamar. Nunca ouve, e possivelmente nunca haverá, uma constante tão inabalável quanto ela.
Este Post tem como objetivo conhecer alguns conceitos de morte através dos campos da Arte, abordando de maneira diferenciada aquilo que é o interesse deste Blog, "entender os fundamentos básicos que persistem no indivíduo suicida, e daí tentar modificá-los".
Além dele temos o Escritor Norte-americano, Ernest Hemingway, que sempre abordou a Morte em seus textos, até que em 2 de Julho de 1961 cometeu suicídio com o mesmo rifle que seu Pai também se matara anos antes.
"O Tempo é só o que nos Separa da Morte" - E. Hemingway.
Elvis sempre se admirou com boas histórias, não apenas de motos e mulheres. E foi uma destas boas histórias que os fez escrever o sucesso "Heartbreak Hotel". As origens do hit "Heartbreak Hotel" de Elvis Presley podem ser encontradas em Miami. "I walk a lonely street” (Eu caminhava numa rua solitária) veio um bilhete suicida de uma alma desconhecida que acabou com sua vida em um hotel de Miami . O Miami Herald trazia uma foto do corpo na primeira página com o título, "Você Conhece Este Homem?". A história continuava explicando que o homem tinha sido descoberto sem nenhuma identificação. A polícia só encontrou o bilhete em um de seus bolsos.
Poderíamos abordar vários clássicos sobre o tema na cultura mundial, mas pretendo encerrar com um último que tem me chamado a atenção. Trata-se sobre uma crônica de guerra, inspirada nas batalhas dos soldados Alemães de Infantaria Aérea e Solo, da Segunda Grande Guerra na zona da África. O texto é de minha autoria, e com ele pretendo encerrar esta postagem. Obrigado.
MEIN BLUT
Um dia vi homens chorarem, não apenas lágrimas, mas sangue.
Éramos sujos, e atrás do fogo havia fumaça, neblina e outros como nós. Estávamos todos ali por honra. Pois por tentar esquecer as guerras lá estaríamos repetindo-as. Como uma rosa que nasce e morre no mesmo lugar.
Vi homens armados atirarem em crianças que sobreviveriam para tomar-lhes as armas aos pequenos braços. Vi o céu se abrir, e de lá cair fogo. Homens covardes, e alguns poucos corajosos. E então me perguntava, seriam apenas os últimos, homens?
A morte sempre foi como a sorte. E caminhar para frente sempre foi o mais arriscado. Porém por mais que o sol vermelho me escureça o sangue, queime a face, e me torne cego, lá ainda haverá o último grito, como o cortejo de vitória daquele que seguiu até o final.
No deserto não há só o sol, lá também se enxerga o medo. Nos rostos não existem apenas as lágrimas, lá também se enxergava o pesar. O olhar tímido escurece quando se faz pela primeira vez, os olhos nunca mais deixarão o tom escuro, e talvez nem mesmo a alma um dia se aqueça.
Mas a memória da honra permanece, como as lágrimas de sangue derramadas aos pés.
Título: Mein Blut. Autor: MEDRADO, Everton.
Um dia vi homens chorarem, não apenas lágrimas, mas sangue.
Éramos sujos, e atrás do fogo havia fumaça, neblina e outros como nós. Estávamos todos ali por honra. Pois por tentar esquecer as guerras lá estaríamos repetindo-as. Como uma rosa que nasce e morre no mesmo lugar.
Vi homens armados atirarem em crianças que sobreviveriam para tomar-lhes as armas aos pequenos braços. Vi o céu se abrir, e de lá cair fogo. Homens covardes, e alguns poucos corajosos. E então me perguntava, seriam apenas os últimos, homens?
A morte sempre foi como a sorte. E caminhar para frente sempre foi o mais arriscado. Porém por mais que o sol vermelho me escureça o sangue, queime a face, e me torne cego, lá ainda haverá o último grito, como o cortejo de vitória daquele que seguiu até o final.
No deserto não há só o sol, lá também se enxerga o medo. Nos rostos não existem apenas as lágrimas, lá também se enxergava o pesar. O olhar tímido escurece quando se faz pela primeira vez, os olhos nunca mais deixarão o tom escuro, e talvez nem mesmo a alma um dia se aqueça.
Mas a memória da honra permanece, como as lágrimas de sangue derramadas aos pés.
Título: Mein Blut. Autor: MEDRADO, Everton.
Postagem: Everton Medrado, 16 de Novembro de 2013.
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