sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Elena: o suicídio e suas consequências abordados em documentário.



"Quem é Elena?" 
"Sabe aquela pessoa que entra em um lugar e de repente ninguém consegue prestar atenção em mais nada?"
"Pra onde ela foi?" 


São com essas perguntas que o trailer de "Elena" (assista-o no link a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=04VkZNIy298) induz um possível espectador a se perguntar quem foi Elena Andrade e o que ela fez durante sua vida. O documentário foi produzido por sua irmã mais nova, Pietra Costa, e traz pequenas filmagens caseiras, mostrando momentos simples, singelos, de uma infância recheada por um único sonho: ser atriz de cinema. Pietra é, ao mesmo tempo, diretora e personagem, produzindo  um documentário que traça toda a vida da irmã, dos momentos mais inocentes, até a expectativa de conseguir tornar o seu sonho em realidade viajando para Nova York, culminando nos momentos de melancolia e tristeza e, finalmente, o suicídio. O documentário não abrange somente o que ocorreu antes do suicídio, mas também o que ocorre após um familiar, um ente querido, terminar com a própria vida. "Elena" é um registro da sua passagem no mundo, uma prova de que sua presença não foi esquecida e, antes de tudo, um relato de como sua família tentou lidar com o vazio  deixado pela mesma. Em suma, segundo a própria Pietra: "Pouco a pouco, as dores viram água, viram memória."  

Comprova-se, dessa forma, que o suicídio  deixa marcas principalmente emocionais e psicológicas, que vão além do momento da realização de tal ato exemplificando, a própria Pietra tem medo de seguir a mesma carreira da irmã, ou seja, o teatro, possuindo o mesmo receio quando ultrapassa os 20 anos, idade em que esta morreu. É preciso lembrar, seguindo a linha de raciocínio de Durkheim, que o suicídio é fato social, não sendo explicado por características psicológicas ou biológicas. O próprio Durkheim classifica-o em quatro tipos: 
  •  altruísta: quando as vidas individuais de um grupo não tem valor diante do coletivo; 
  •  anômico: ocorre em situações anormais, quando valores são abalados; 
  •  fatalista: presente em sociedades em que há grande controle sobre os indivíduos que a constituem; 
  •  egoísta: acontece quando há um isolamento de um indivíduo do restante do grupo e, consequentemente, um enfraquecimento deste com os laços sociais; 
Vê-se, então, que o suicídio é uma decorrência social, originada do grau de interação dos indivíduos ou do grau de influência da sociedade nas normas e comportamento. O que ocorre com Elena, além da depressão e da desilusão em relação ao sonho que tanto alimentou, é o seu isolamento e, consequentemente, uma falta de identificação entre o indivíduo e o coletivo. Com certo toque poético, as lembranças que Elena deixou montam uma história que deve ser assistida e guardada. 



"Selvagem."
"Ela era chata, exigente." 
"Você não iria querer esquecer a Elena."
"Você não vai querer conhecer a Elena."




(Postado por Joara Matos, integrante da equipe "Indivíduo em Foco", turma 52)

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