Abordarei neste tema como as experiências sociais
influenciam na personalidade do ser humano, modificando os seus comportamentos
perante a sociedade. Ademais, ressalto conceitos trabalhados em sala de aula,
analisando o fato social em questão: o suicídio, numa visão crítica e
contemporânea.
Em primeiro lugar, para entender um pouco mais sobre o
tema pertinente e abordá-lo de forma mais fluída, pode-se dizer que o
comportamento humano está relacionado a diversos fatores sociais. Entende-se de
comportamento humano, como a manifestação de ações do indivíduo no meio social
externo (fora de suas realizações pessoais) e interno (grupo familiar de
convivência) e a suas formas de se relacionar entre si.
O ser humano visto como um ser social deve estar em
constante relação com outros indivíduos, porém, não são todos que conseguem se “capacitar”
para permanecer nesse constante relacionamento social. Sabe-se que a sociedade
se transforma mais rápido do que o indivíduo se amolda ela, isso provoca,
muitos vezes, um conflito de valores e comportamentos seguidos por uma pessoa e
os valores e comportamentos produzidos
na vida em sociedade.
Essas divergências ocasiona a descentralização do sujeito
tanto no meio social, quanto no seu relacionamento consigo mesmo. Isto germina
uma série de conflitos pessoais, permitindo ao individuo mudar seus
comportamentos formais e informais diante de situações que antes já prevalecia
conceitos, opiniões e ações diferenciadas. Essas consequências provocam – segundo
o texto de Stuart Hall “A identidade cultural na pós-modernidade” – uma “crise
de identidade”.
Essa crise de identidade pode modificar o comportamento
de qualquer indivíduo em graus distintos, a maioria passa por esse processo sem
perceber consequências diretas, entretanto, existe uma minoria que sofre com
essa tão intitulada crise de identidade. Um exemplo exímio disso estão nos
indivíduos que sofrem de algum tipo de preconceito fora de sua “zona de
conforto”, recebendo uma carga de insultos e indiferenças que outrora não tinham vivenciados.
Dos problemas que se podem perceber entre essa minoria
que sofrem com essa crise, podemos colocar em pauta a temática que está sendo tratado
por nosso blog: o suicídio. Por mais espantoso que pareça, as principais causas
que motivam as pessoas a ceifarem suas vidas são relacionados a problemas
vividos em sociedade: problemas familiares, expectativas inalcançadas,
experiências traumáticas.
Em
um livro escrito por Karl Marx em co-autoria com Jacques Peuchet, diretor dos
Arquivos da Polícia de Paris, chamado “Sobre o suicídio”, Marx tece as relações
entre a vida privada e a estrutura social. Analisa o suicídio como expressão
extrema de uma sociedade doente, de um sistema que necessita de uma transformação
radical para resolver não só as questões do campo da política e da economia,
mas também as opressões nas relações sociais e o mal-estar dos indivíduos.
Tal
problema sempre foi objeto de estudo por sociólogos e estudiosos de diversas
áreas, inclusive na psicologia e deve ser tratado como um tema pertinente na contemporaneidade
e sem prazo de “validade”, pois, segundo Marx, é uma doença que afetou a
sociedade e como tal, deve ser tratada.
AUTOR: KLEBER AMARAL
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